Conheça a história do cinema brasileiro
-
19 de junho, 2018
- Qualidade de Vida
Hoje é 19 de junho, data em que se celebra o Dia do Cinema Brasileiro.
Em comemoração, neste artigo vamos abordar a trajetória do cinema brasileiro ao longo de tantas décadas: é um enredo fascinante. O artigo não contem spoiler, mas no final compartilhamos duas dicas para que você não seja apenas um figurante, mas sim um protagonista e aproveite bem o que o cinema nacional tem a nos oferecer. Vamos nessa? Então luz, câmera e ação!
Os primeiros anos
Você já ouviu falar nos famosos Irmãos Lumière? Trata-se de Auguste e Luis Lumière, considerados os pais do cinema. Isso porque os filhos de Antoine Lumière, fotógrafo e fabricante de películas fotográficas, inventaram o cinematógrafo e, em 28 de dezembro de 1895, no sudeste da França, fizeram a primeira exibição pública de uma imagem em movimento. Menos de um ano depois, aconteceu a primeira exibição de cinema no Brasil, que ocorreu no Rio de Janeiro.
No ano seguinte, o imigrante italiano Paschoal Segreto inaugurou a primeira sala de cinema, também na Cidade Maravilhosa. Afonso Segreto foi quem promoveu as primeiras filmagens em terras nacionais: em 1898, na Baía de Guanabara, e em 1899, durante a celebração de unificação da Itália, em São Paulo que, por sua vez, teve sua primeira sala de cinema aberta no ano seguinte, pelo italiano Vítor di Maio.
O início do século XX
Os dez primeiros anos foram difíceis, sobretudo pela precariedade da energia elétrica, o que melhorou em 1907, com a inauguração da usina hidrelétrica de Ribeirão das Lages. Em 1908, Antonio Leal produziu o primeiro filme de ficção brasileiro, e mais de 30 curtas e médias metragens foram produzidos, proporcionando o surgimento dos primeiros atores de cinema, alguns vindos do teatro.
Década de 10
Essa evolução foi interrompida com o advento da Primeira Guerra Mundial, época em que foram produzidos aproximadamente 60 filmes, a maioria de documentários. Porém, foi a partir de 1915 que se produziu um grande número de fitas inspiradas na rica literatura brasileira, como Iracema, O Guarani, A Moreninha e Inocência e, em 1917, foi produzido O Kaiser, do desenhista Seth, a primeira animação brasileira.
O Kaiser, 1917
Décadas de 20 e 30
Nos anos 20, ao mesmo tempo em que se torna um dos maiores importadores de filmes americanos, o Brasil se expande e produz em torno de 120 novos filmes. Em 1930, Gonzaga cria a Cinédia, o primeiro estúdio cinematográfico do País; em 1933, Carmen Miranda faz sua estreia, em A Voz do Carnaval; em 1936, Roquete Pinto cria o Instituto Nacional do Cinema Educativo (INCE) e; em 1939, é decretada uma lei que impõe cota mínima de exibições de filmes nacionais. Foi ainda nessa década que os atores de rádio passaram a atuar também no cinema.
Décadas de 40 e 50
Já a década de 40 ficaria marcada pelas chanchadas, que perderiam sua força em meados dos anos 50. Em 1953, temos o primeiro filme nacional em cores, Destino em Apuros, e o primeiro filme brasileiro a ganhar Festival de Cannes, O Cangaceiro. Em 1956, é criada a Cinemateca Brasileira, em São Paulo. Porém, ela sofreria um incêndio e teria grande parte de seu acervo destruído no ano seguinte. No final da década, o filme francês Orfeu Negro, inspirado no musical Orfeu da Conceição, de Vinicius de Moraes e Tom Jobim, leva o Palma de Ouro em Cannes e o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro nos Estados Unidos.
O Cangaceiro, 1953
Década de 60
Com início ainda na década anterior, ganha força a corrente chamada de Cinema Novo, que busca discutir a realidade econômica, social e cultural do País, sendo a frase “Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça” o lema dos cineastas da época. O movimento foi importante também para tornar o Brasil reconhecido como cenário importante no cinema mundial. Em 1966, é criado o curso de Cinema e Audiovisual em São Paulo, na ECA-USP e, em 1967, o Festival de Brasília, até os dias de hoje um dos maiores festivais de cinema do País. Em 1969, durante a Ditadura Militar, o Governo cria a estatal Embrafilme que, ao mesmo tempo que abria espaço em lei para filmes nacionais, controlava inclusive o conteúdo da indústria cinematográfica.
Década de 70
Na década de 70, surge na Boca do Lixo, em São Paulo, mas com influência italiana, um movimento cujos filmes ficariam conhecidos como Pornochanchadas, marcados por baixo orçamento e alto apelo erótico. O fenômeno Os Trapalhões, o filme Dona Flor e Seus Dois Maridos e o diretor Hector Babenco, assim como vários atores consagrados, começam a fazer sucesso nessa época.
Os Trapalhões, 1969
Década de 80
Na década de 80, temos a chegada do videocassete e a consequente proliferação de videolocadoras. Por outro lado, em 1985, o cinema acompanha a crise financeira do País e passa a enfrentar problemas: o público das salas diminui para apenas um terço. No final da década, a obrigatoriedade de exibir curtas no cinema e o Prêmio Estímulo incentivam o surgimento de uma grande quantidade de curtas, com destaque para Ilha das Flores, que venceu o Festival de Berlim em 1989 e foi eleito pela crítica europeia um dos 100 curtas mais importantes do século XX.
Década de 90
A crise piora durante o Governo Collor e a Embrafilme chega ao fim. Entretanto, em 1993, há uma retomada da produção nacional por meio do Programa Banespa de Incentivo à Indústria Cinematográfica e do Prêmio Resgate Cinema Brasileiro, instituído pelo Ministério da Cultura. Os diretores passam a receber financiamentos e o período fica conhecido como Cinema da Retomada. Em 1994, Carla Camurati produz o primeiro filme com verba da Lei do Audiovisual. Em 1997, o filme “O que é isso, companheiro?” é indicado ao Oscar e, no ano seguinte, Fernanda Montenegro também é indicada, como melhor atriz por sua atuação em Central do Brasil.
O que é isso, companheiro?, 1997
O início dos anos 2000
Em 2002, é criada a Academia Brasileira de Cinema, instituição que reúne atores, produtores, distribuidores, exibidores, técnicos e demais profissionais do cinema e do audiovisual. A principal característica do cinema nacional nesses últimos anos tem sido a busca por maior qualidade. Entre os filmes que se destacam, estão: Cidade de Deus, Tropa de Elite e Carandiru.
Tropa de Elite, 2007
9 filmes do cinema brasileiro com estreias ainda neste ano de 2018
Alguém Como Eu
Paolla Oliveira e Ricardo Pereira
28 de junho
Uma Quase Dupla
Cauã Reymond e Tatá Werneck
12 de julho
O Candidato Honesto 2: O “Impitchiment”
Leandro Hassum
02 de agosto
Marighella
Bruno Gagliasso, Adriana Esteves e Seu Jorge
20 de setembro
De Perto Ela Não É Normal
Suzana Pires
04 de outubro
As Irmãs
Ingrid Guimarães e Tatá Werneck
1° de novembro
O Palestrante Motivador
Fábio Porchat
29 de novembro
De Pernas Pro Ar 3
Ingrid Guimarães
20 de dezembro
Os Homens São De Marte 2
Mônica Martelli
27 de dezembro
Festivais e Premiações de Cinema Brasileiro em 2018
Grande Prêmio do Cinema Brasileiro
26 de agosto
Rio de Janeiro/RJ
Clique aqui para mais informações
Show de Búzios
novembro (a confirmar)
Búzios/RJ
Clique aqui para mais informações
Expocine
10 e 11 de novembro
São Paulo/SP
Clique aqui para mais informações
Prêmio ED
11 de dezembro
São Paulo/SP
Comentários